sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Sensíveis demais


Poderia começar esse texto enrolando você, querido leitor, mas prefiro ir direto ao ponto. Participando de uma aula na escola dominical que falava sobre transparência na vida pessoal, Marquinhos, nosso professor, falou da importância de ter amizades. A leitura foi a seguinte:

“Como o ferro com ferro se aguça, assim o amigo afia o rosto do seu amigo”

Provérbios 27:17


Dizia ele que todos nós, sem exceções, temos pontos cegos em nosso caráter e precisamos de um amigo para enxergá-los e nos ajudar a afiar o nosso caráter. Um dos grandes problemas dos relacionamentos interpessoais são pessoas donas da verdade, juízes uma das outras, gladiadores que matam com a lamina afiada e grande que tem na boca e infelizmente isso afeta nós, cristãos. Estamos nos tornando grandes cegos. E como já diria o velho ditado: "O pior cego é aquele que não quer enxergar...".


A liderança não pode mais repreender ninguém, porque se não são vistos como “Os carrascos” da Igreja. Se um músico vai pro banco porque desrespeitou a liderança, é um absurdo. Se o líder vai conversar e tentar mostrar um pequeno erro de conduta, o que se ouve é: "Não, não foi culpa minha." , " Eu sou assim, e Deus me ama do jeito que eu sou." , "Não quero conversar. Não devo satisfação a ninguém. Agora não tá?"


Nos tornamos sensíveis demais. Crentes de porcelana, é o que parecemos. Até quando você vai almoçar o seu pastor na sua mesa depois do culto só porque ele te deu uma lição? Até quando vai ficar doído pelos cantos dizendo: “Ah... isso é uma injustiça comigo?”. Quando é que Deus poderá dar-nos alimento sólido? Pára logo com esse "nhê-nhê-nhê".


Certa vez Jesus deu um discurso muito duro no qual ele falou que as todos precisavam comer da sua carne e beber do seu sangue. Muitos, multidões, viraram as costas para ele, pois ouviram o que não queriam ouvir, porque as palavras foram "fortes demais". E ele parecia um “canibal” falando aquelas coisas. As palavras de Jesus significavam que eles deveriam não só ir atrás dele querendo pão, pão, pão e pão, porque Jesus não era nenhum padeiro e nem havia aberto uma "pensão para os povos" com um slogan do tipo: "Pão quentinho e multiplicado grátis", mas viver a própria vida dele na íntegra. E adivinha, os discípulos também não gostaram do que ele falou e disseram: “Caramba Jesus, que duro esse discurso, acho que você pegou pesado.” Então obtiveram a seguinte resposta: “Por acaso vocês querem ir embora também? Podem ir...”


Sejamos sensíveis na hora certa. No momento de aprender, de ser ensinados, sejamos firmes. Se não mudarmos essa situação, seremos um bando de crentes cegos que não influenciam mas que escandalizam o mundo com suas ações.


Aquele que tem ouvidos, ouça. Não fale.